terça-feira, 5 de junho de 2018

A FEIRA GRANDE DE CAMPINA GRANDE

A FEIRA GRANDE DE CAMPINA GRANDE, Paraíba, foi inscrita pelo IPHAN, no Livro de Registro dos Lugares,  com o título de  Patrimônio Cultural do Brasil, em 27 de setembro de 2017 



IRENE MEDEIROS
Pintora campinense


PARCERIA COM HERMETO PASCOAL



Teatro Rival
Fui convidada para participar de seu concerto
Me acompanhou com um berrante.
2006
Foto de Cláudia Ferreira




A FEIRA GRANDE DE CAMPINA GRANDE


Música Hermeto Pascoal 
Letra  Numa Ciro


Quero lhe mostrar nessa cantiga:
Foi na feira de Campina 
Onde o mundo se criou.
Ouça com atenção! Na minha vida, 
Não vi coisa mais divina
Quando um cego anunciou:

Quem se aventurar nesse mercado,
Deixe aqui o seu trocado
Pelo nome de Jesus.
Eu não tive a vossa alegria
De ganhar a luz do dia.
A cegueira é minha luz.

Quase num milagre a vista alcança
Os detalhes de uma trança de cebola ou alfenim.
Acocorando escolhe coisinhas de barro
Só pensando na virtude desta mão que fez assim.
No labirinto do roteiro encomendado
Inverte a ordem do traçado quem começa pelo fim.

Corro na barraca de Zumira,
Vou buscar a lamparina,
Severina encomendou.
Olho para os lados, vejo briga,
Não é nada, é a pechincha:
Nada besta o comprador.

  

Eu e Hildebrando passeando na Feira de Campina Grande.
 Barraca Boa Vista - de Seu Aluísio -  já não está mais entre nós.
Seu filho Wilson continua lá


Quero visitar seu Aluísio
E comprar queijo de manteiga,
Apelidado de Romeu.
Quando ele se junta com o doce de goiaba,
Julieta,
Casa quem disso comeu...


Para comprar bode novo tem lei:
Pai de chiqueiro, cuidado!
O cheiro é desagradável demais, porem,
Buchada é prato de rei.
Pois, é.


Dê outra volta pra gula vestir
Carne-de-sol posta em mantas
E as linguiças, gravatas, são fashion, sei:
Luiz cantou isso outra vez.

Bonecas de pano,
Panelas de barro,
Califon de moça,
Vestidos engomados.
Pro recém-nascido: Toquinha e Casaco.
Barbeiros "Péla Porco" embelezam o passado. 
Futuro é do tempo, 
Fartura é de agora.
Quem vem nessa feira vadia pela hora.
Quem pega em rodilha não teme o balaio.
Fumo de rolo e Cachaça espanta o cansaço.
Quanto cobra pelo frete?
Eu lhe pago em dobrado
E dou mil pro assovio.





Jabuticaba, Cajá, Mimo-do-céu; 
Abacaxi, Macaíba,
Quebra-queixo, Pitomba, Castanha e Mel;
Queijo-de-coalho e Beiju.

Côco-catolé, Caju, Sapoti;
Fuba de milho, Sequilho, Rapadura
Mangaba, Graviola, Umbu;
Manteiga-da-terra e Mastruz.


Barbeiros "Péla Porco"
Fotografia de Roberto Coura - 1978


Bonecas de pano,
Panelas de barro,
Califon de moça,
Vestidos engomados.
Pro recém-nascido: Toquinha e Casaco.
Barbeiros "Péla Porco" embelezam o passado. 
Futuro é do tempo,
Fartura é de agora.
Quem vem nessa feira vadia pela hora.
Quem pega em rodilha não teme o balaio.
Fumo de rolo e Cachaça espanta o cansaço.
Quanto cobra pelo frete?
Eu lhe pago em dobrado
e dou mil pro assovio.

Não deixe a Feira sumir
Não deixe a Feira acabar
Campina Grande é ali
Grande é a feira de lá

Irene, num quadro,
A Feira imortalizou.
Irene não morre
É imortal quem pintou

Não deixe a Feira sumir
Não deixe a Feira acabar
Campina Grande é ali
Grande é a feira de lá

Irene, num quadro,
A Feira imortalizou.
Irene não morre
É imortal quem pintou 







Na Feira Grande, o primeiro Gramofone
foi o tal “bicho falante” que a cidade conheceu.
Primeiras salas de cinema inauguradas 
Foi na Feira de Campina que a imagem se mexeu

Na Feira Grande de Campina Grande cantam
Asa branca, Miudinho, Bem-te-vi, meu Sabiá.
Até o Galo de Campina se casou 
Com a Noivinha Coroada e fizeram ninho lá.

P’a quem quiser tocar na feira:
Na feira encontra a condição.
Tem fole e sopro cordas e teclas. 
O que não falta é percussão.



Foto de Cláudia Ferreira





Gravada no Estúdio de Ricardo Calafate
Arranjo de Itiberê 
Músicos de sua orquestra
Vozes de Numa Ciro
Socorro Lira
Tadeu Mathias
Coro Lan Lanh, Jussara Silveira, Bia, Numa, Alba Lírio

Nenhum comentário:

Postar um comentário