sábado, 19 de agosto de 2023

 

Aos Pés do Brasil 

O Brasil Mostra a Sua Cara

                                 
 Para Vinícius,
Vini, o meu neto

Música nos pés  


 Time de Futebol
Zé Caboclo
Auto do Moura/Caruaru, PE




Grafiteiro Paulo Ito



Mamãe eu quero
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar

  Vicente Paiva Ribeiro



Post da internet
Anônimo
     

Ô coisinha tão bonitinha do pai
Ô coisinha tão bonitinha do pai

  Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos



Post da internet
Anônimo



O jogo do Brasil com a Croácia, na abertura da Copa do Mundo, 2014, foi uma oportunidade única para apreciarmos o nosso time a nos oferecer um autorretrato desse “país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza”. Mas não vimos apenas este perfil. Mil faces e milhões de máscaras nos mostraram a todo instante a nossa impotência para definirmos, com a exatidão de um gol no último minuto, o que é esse pau-país chamado orgulhosamente de Brasil, mesmo quando o tom vem carregado de ódio e já descobrimos que foi invadido antes de ser batizado.


Tamanduá Bandeira
Paloma Amado



No Estádio de Itaquera, em São Paulo, nossos jogadores apresentaram uma performance singular: o jogo se movimentou de acordo com os últimos acontecimentos do país e mimetizou as anedotas e os clichês mais contundentes com os quais nos armamos para flecharmos o coração do ser brasileiro.


Post da internet
Anônimo



O movimento do jogo tinha a cadência do vai-não-vai, esperaí, desculpe o atraso, eu chego lá, pode deixar, num se avexe não, que que é isso companheiro?  

As indecisões de determinados passes e as perdas de bola deixavam transparecer o medo de estarmos inaugurando aquela COPA que uma grande parcela dos nativos prometia que não haveria de ter. 
Vejamos exemplos da repercussão dos problemas 
antes e no decorrer da COPA.

EL PAÍS:

A rejeição incandescente do Brasil à Copa do Mundo

 Cerca de 55% dos brasileiros reprovam um Mundial cujo custo total ultrapassa 30 bilhões de reais



"Mundo Estranho"

Teoria da Conspiração: O Brasil perdeu a Copa 2014 de propósito 

Depois do fatídico 7 x 1, o cheiro de mutreta no ar ficou mais forte

Por Diego Bargas

Atualizado em 30 mar 2023, 15h51 - Publicado em 10 Maio 2016, 11h53






Os jogadores retumbaram, no segundo canto à capela, o eco do povo heróico ao bradar às margens plácidas do Ipiranga. Acredito: quem um dia ouviu um canarinho cantar jamais ficará surdo aos clamores das multidões que tomaram ruas, interceptaram estradas, quebraram vidraças, enfrentaram tropas de polícia armada, ocasião em que muitos manifestantes foram presos, feridos, e alguns até foram mortos.


Post da internet
Anônimo



Os jogadores de ambos os times, rapazes de última geração, expondo as mais belas e exuberantes formas físicas, eram verdadeiros espártacus re-inventados, bem treinados na arte de matar o outro simbolicamente, brincando com uma bola. Essa é a melhor parte: o esporte é um dos exemplos mais vigorosos sobre a simbolização do instinto de morte, sobre a capacidade sublimatória de quem joga com o real no campo das artes.


Post do face


Os jogadores brasileiros entraram no campo em fila, mão no ombro um do outro, formando uma centopeia: todos os pés pertenceriam, a partir daquele instante, a um só corpo.


Post da internet
Anônimo


De repente me vi com uma rolleiflex imaginária a tirar instantâneos dos jogadores em lances que me davam interessantes flashs de nós brasileiros.



Post da Internet
Anônimo



O que direi a seguir passa às margens dos problemas cruciais  relacionados à escravização dos povos africanos e ao racismo estrutural responsável pelo genocídio vigente em nosso país.



Post do face
por André Vallias


 
             Não consegui continuar a brincadeira 
                                  sem fazer esta ressalva inevitável.






Cumprindo os deveres desse tal brasileiro, conterrâneo de Deus, que se diz hospitaleiro, que dá tudo o que tem ao estrangeiro, que habita um país de fontes inesgotáveis onde se plantando tudo dá… O gol de Marcelo foi o presente de boas vindas desse "brasileiro prosaico" ao time que hospedamos. Apaguei o "contra" do gol de Marcelo e tirei o retrato fidedigno dessa imagem que fazemos de nós. Foi o gol mais lindo.


Post da internet
Anônimo 



Reparemos: Desde o momento do gol que Marcelo deu de pés beijados ao time da Croácia até este momento em que escrevo - dia seguinte - e reescrevo - 9 anos depois - não vi, nem ouvi, nem li nada que descalçasse Marcelo. Incrível. 

Vejamos repetidas vezes o flagrante de tranquilidade no semblante do jogador pós-gol:



Post da internet
Anônimo
                                                                            

Para não me chamarem de ingênua – podem chamar, o que é que tem? –, posso, ao mesmo tempo, ironizar aquele chute. Nós também fazemos autocrítica e até nos xingamos como nenhum outro povo é capaz. Mas seria gol contra: este sim! Bater na trave daquilo que se espera.

Durante a continuação do jogo, aquela paz - com a qual Marcelo jogava como se nada de grave tivesse acontecido - combinava com a reação dos torcedores nas arquibancadas, dos telespectadores; como também com a postura dos comentaristas quando nenhum deles jogou a primeira pedra na cara do Marcelo. A segunda pedra ficou lá mesmo no meio caminho. A série de pedradas não se desenrolou. E pensarmos que não seria da ordem da impossibilidade: qualquer um poderia, com todo o vigor de que o cinismo nos faz capaz, justificar os xingamentos contra o autor do despropósito daquela doação. 

Impossível não ouvir o eco dos anos 70 na voz da bela atriz Kate Lira, repetindo, com seu sotaque da América do Norte, aquele famoso bordão no programa Planeta dos Homens: 

                                                     “Brasileiro é tão bonzinho”. 




https://www.youtube.com/watch?v=HQ6ovbDQk_8


O BRASIL CONHECE O BRAZIL.
COMO É ÊSSE ÉSSE?


Cliquei outra imagem espetacular: a do lance malemolente de Fred, mimética à descrição da malandragem como um jeito brasileiro de se virar na vida, sustentada pela ética de tirar vantagem em qualquer situação. 

Cliquei o seu despencar no tempo preciso, focando a precipitação do ato ao intuir o toque do adversário e, ao mesmo tempo, sacando, pelo terceiro olho, o ponto de fuga do olhar do árbitro. Fred apostou naquilo que desferiu com seu golpe de vista, tendo em vista que o japonês só poderia deduzir pela falta, marcando o pênalti, porque no seu repertório cultural não tem uma chave simbólica para a leitura da malandragem. 

Como se escreve malícia no Japão? 
A queda frediana (frediana mesmo) jogou por terra a imagem do juiz como a verdadeira encarnação da lei. 
Pedro Malas-artes tem seguidores. 
Akira Kurosawa também tem.
Nikola Tesla?


Post da internet
Anônimo
                                                                                                

                                                        
O Óscar para Oscár

Haveria de haver pelo menos um para desmentir todos os clichês familiares e futebolísticos. Os repórteres perguntaram o óbvio: "Ofereceu aquele gol à sua filha, Júlia, que acabou de nascer?" 
Oscar respondeu para além de um - Claro, como não!? 
ele disse:
"...Pensei... foi... na minha mulher, pelo dia dos namorados, né?". Cinematográfico.


Post da internet
Anônimo


Na verdade, o Brasil fez 4 gols. Fez os seus próprios e aquele que deu de presente ao time com quem brincava. Não poderíamos sair invictos dessa COPA. Estamos em casa e merecemos (?) a fama de não haver outro povo igual na arte de receber um estrangeiro. Há quem defende a ideia de que um brasileiro que se preza oferece a própria cama e vai dormir na sala, ou em qualquer cômodo, se em sua casa não tiver quarto de hóspede. 




Post da internet
Vivo à procura da autoria deste belo Grafite.


Para finalizar esse meu jogo nas asas das "palavras aladas", 
com as quais voava Homero, 

Aclamo:  
O chute do século XXI 

e Proclamo:
Quem viver jogará.

No Veneno!
Wisnik marca um gol de cabeça.
Haja Remédio!
Zé Miguel marca o pênalti.

Viva o POVO brasileiro!
João Ubaldo convoca!


Post da internet
Anônimo

sábado, 29 de julho de 2023

 




DÁ LICENÇA 

QUERO CANTAR NESSE LUGAR


 

Bem que minha mãe avisou!


- Só pegue um Ita se for do norte.

Só vá nele se estiver indo para o Rio.

Siga viagem sem 

         perder a dimensão do leste

e, 

quando aportar, 

                 olhe bem para o oeste

Há uma placa:

os perigos existem em todas as direções


domingo, 21 de maio de 2023

 GER@ÇÃO  Z: onde o @feto in-cen@

                                                               Numa Ciro

                                                 no martelo do meu galope Zebrado 






I

Só se vive @tualmente na internete:

se corre o mundo a n@veg@r no virtu@l;

@o endereço eletrônico não h@ igu@l;

comp@rtilh@ quem n@ rede se diverte.

@ convers@ c@r@ @ c@r@ se reflete

nesse p@po que @p@rece fútil e sério.

M@nuscrito j@ perdeu o seu império!

Sobre isto j@ bati outro m@rtelo

e pr@ não ser @ mort@-viv@ de um castelo

@ g@lope corro mundo por e-méio.

 

II

@ pesso@ que não curte @ novid@de,

não coment@  @ foto nem o c@so,

est@ out… ou n@veg@ no oc@so...

esses tipos não têem f@ce, nem id@de.

Se mor@ em qualquer s@ite d@ cid@de,

outro tipo de pesso@ também mor@:

se trabalha, se é c@s@d@, ou se n@mor@,

não import@ discutir re@lid@de.

Z explor@ ess@ t@o velocid@de,

pr@ se vê no espelho d@ @uror@.

 

III

Diz que tem essa nov@ ger@ção

que deixou @ X e @ Y p@r@ tr@s.

Não existe um@ outr@ tão c@p@z

de est@r o tempo todo em mut@ção.

E no troc@ troc@ de função,

v@i à Índia, vem pra casa, j@nta e volt@,

não tem c@r@ de doutor, nem de revolt@,

seu primeiro @mor é virtu@l

B@rb@rela é su@ mus@ ide@l

@ Ger@ção intern@utica t@ solta.

 

IV

Nunc@ morre de verd@de, em s@crifício

por um deus, uma idei@, isto ou aquilo.

Seu brinquedo é brinc@r de ser pupilo

dos blogs, ch@ts, jogos de @rtifício.

F@z perfil com a linha do seu vício

e troc@ de c@n@l @ c@d@ instante.

Mil @migos sempre tem, o n@veg@nte

@ pesc@r post @ post sua im@gem,

@té parece sempre só e de vi@gem...

Onde Z tecl@ @ @lm@ do @m@nte?


domingo, 7 de maio de 2023

 





"Sonho - divinal poema"!

Ouvi de um poeta .

 

"Sonho - divinal poema"!

Repito

quando sonho contigo.

 

Divinal

em seu abrigo

Onírico

o poema brinca de estar em mim (ou comigo).

Mostra e esconde o teu sorriso

e

quando penso que alcancei os sentidos

fiquei sozinha

eu

e o meu canto… nítido.

 

"Sonho - Divinal poema"

Cinema

na minha cama

e tu

quebrando as rimas

em versos soltos

concretamente loucos

 

aquele poema

divinal

toca o sonho

ali

onde perdi o sono.

 














terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

 



ACAUà

ACAUà
nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais nuncamais 
nuncanuncamais  
NINGUÉM
nadamais nadamais nadamais nadamais nadamais nadamais
ACAUÃNUNCAmaisNUNCAnuncaMAIS



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

 



Não ser eu ser quem eu sou


Quem? eu?  

sou...


Pensáru quéra um’a pergunta?

terça-feira, 22 de março de 2022

 

Letras inspiradas nos filmes de Fellini 

Músicas de Nino Rota


 


Para os Artistas Circenses



DOUTOR GIRAMUNDO

Yeda Dantas



Primeira música 


Os Mistérios  Brincantes do CIRCO 



Chora o palhaço brincando de feliz

Olha a trapezista fazendo o que eu não fiz

O leão rugiu no meu nariz

Escapei da morte por ser

Atriz!


Hahhahahahahahahahahahhahhahhah (risada coloratura)

 Ah... se eu pudesse trocava de lugar

Com... Sofia Loren vestida pra filmar





Caem mil palhaços brincando de ilusão

Os malabaristas criando a precisão

O animal percebe que é irmão

O elefante voa

Duchamp!!!

 

Se se se se se se se se se se se se se se se 

 Se... alguém duvida, prepare o coração!


Circus
Marc Chagal

 

O Circo estreia a mais nova atração

O Circo mostra a mais louca invenção



Amor
Marc Chagal



 

Casais de equilibristas brincando em pleno céu

Vieram para o circo direto de Chagall

Um camelo em seu oásis ri

Pensam que é mentira?

Dali!!!

 

Na corda bamba anda o Pierrot sorrindo pra Lua

Na Lua Clara vê-se a Colombina sorrindo pra Rua

Na Rua passa o bloco das canções

O Arlequim regendo os corações

E as pastorinhas

Amores cantam

 

O circo estreia a mais velha emoção

O circo mostra

 

O atirador de facas apaixonado vê

Nos olhos da amada a dúvida de não ser

O seu par na dança e no altar

Ciúme o enlouquece e facas voam então

 

Uma faca foi ao peito e desviou

No instante em que a moça, profundo, suspirou

Aquela faca: ao ventre, por um triz!

Voam facas 

 

O público imagina que tudo é invenção

Cai na gargalhada e acorda o atirador

A moça então sorri passa um batom

Vira uma ventrílouca

Soprando em Mi em Mi

Em MIM

 

MIMIMIMIM


Circus

Marc Chagal 

 

É a boneca Walkíria quem nos diz:

 

O domador agora vai casar

Com a mulher barbada

O diretor criou a cena e viu os dois na estrada

Para o cortejo ele convidou

Os saltimbancos em pernas de pau

Anões dançantes

Bichos falantes

 

O circo traz com o mágico da Voz

A mais nova Arte

A voz de alguém ausente faz-se ouvir

Sem nenhum disfarce

Pense na Voz de alguém que você quer

Trazer pra ver o circo com você...





Segunda música 





Amor Estranho Amor 

 

Amor embriagador

Sonhar, sonhar

Amor estranho amor

Será?  Será?

Que provocante amor

O mundo ao seu dispor

Sofrer  prazer  de amor

Amar o amor

 

Amor assustador

Fugir   Fugir

Amor ardente amor

Sentir   Sentir

Incandescente amor

A vida em seu louvor

Jurar morrer de amor

Fingir   Fingir

 

Amor devora a dor

Morrer  Morrer

Amor violento amor

Viver  Viver

Amor transforma a dor

Em frases de amor

Os vícios do amor

Querer querer


Os amantes

Renné Magritte

 

Amor encantador

Brincar brincar

Amor brincante amor

Flanar  Flanar

Que fulgurante amor

O céu ao seu redor

Paixões vozes do amor

Cantar  Cantar

 

Amor enganador

Amor inspirador

Amor encantador

Amar o amor



Terceira música 


 



 

O OLHAR

          Numa Ciro


Vi naquele olhar

Nunca esquecerei

Vi naquele olhar

Não sei...

 

Lembro o que eu senti

Nunca esquecerei

Uma solidão sem fim

 

Estrada a fora

O olhar

Segue o destino

Inquietação

Em cada curva

Os seus caminhos se perderão

 

Vi naquele olhar

Nunca esquecerei

A certeza de estar só




Giulieta Massina

La Strada