terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

PARCERIAS COM LANLAN


Lanlan



ARTE-MULHER


Gustave Courbet
L'Origine du monde
1866



A ARTE É MULHER


Letra Numa Ciro
Música Lanlan



Eu conheço a origem da origem,
Antes mesmo de ser originada.
Inventei a existência antes do nada,
Quando o Ser era o Tempo em Vertigem.
Inventei a casa e a viagem.
No advento de Galáxia, fui parteira.
Eu cuidava do berçário das estrelas
E ninava cada uma nos meus braços.
Assoprava a poeirado espaço
E elas riam com a minha brincadeira.


Vi a Terra engravidar do universo
Pelo sopro da natureza. E a criação
Era simples rotina e diversão.
Não havia discordância no inverso:
Se da luz fizeram-se os versos,
Das sombras da noite, a ficção.
A verdade foi a joia da invenção.
A diferença, melhor aproveitada.
Era o Caos, folia organizada,
O princípio da humana inspiração.

  
A mulher apareceu inesperada,
Quando eu era o protótipo de um Drone.
Na filmagem, escutamos o seu nome:
A primeira palavra inventada.
A Mulher, por si mesma, foi criada.
O pensamento saiu da sua boca:
Antes disso a linguagem era oca.
Ao sentimento, ela deu um coração.
Inventora do Amor e da razão,
A Arte é Mulher.


Harmonia Rosales 





 PSICODÉLICA

Música  Lanlan
       Letra      Numa ciro



Posso viajar o ano inteiro
Sem jamais voltar ao mesmo endereço 
E mais
Dou a volta ao mundo em um segundo
Volto atrás e encontro o velho futuro




Sou assim
E quem me vê assim
Diadorim 
Ontem mesmo a figura estranhou

Eu vou sair
Alguém vem junto?
Eu
Eu vivo assim
Mudo com o tempo  
Tenho a sorte a meu favor




















Não sou pessimista
Meu Jaguar veloz na pista
Ligado em Rock and Roll
Dizem que sou rica
Mas não tenho ainda um disco voador                                                 



Sou assim
E quem me vê assim
Tão free again
Ontem mesmo a figura se mandou
Não dormi 


Agora já... ... ... 
...esqueci.


São Dumont!


Já de malas prontas 
e o check in… 









Dizem que sou rica
Pego a dica e vou bancar meu carnaval
Sou pós-modernista
Faço antropofagia sideral



No terraço em minha cobertura
Posso dar o pouso à nave futura



Um ET sentado em meu carrão 
Banco a carona e a tradução



Meu pão

Vem me contar a sua história
Bagunçar minha memória e meu cartão

Vem me dizer se onde mora
Tem registro de humanóide imigração

Vamos dar um giro na galáxia
Até que a morte não desligue o coração






sábado, 4 de fevereiro de 2017

AEROGRAMA PARA LISBOA




 AEROGRAMA PARA LISBOA 

  Numa Ciro 



Lisboa 
Esbanjas beleza
Tão longe da minha casa
Invejo as tuas gaivotas
Em sonhos lhes roubo as asas
Lisboa 
Serias francesa
Se o Tejo afogasse a saudade
Minha voz te fez brasileira
No Teatro da Trindade
Na peleja com a língua
Onde cantei Eça Saudade




Passei um tempo em Lisboa
O tempo das quatro estações
Morava na Rua de Amália
Lá se escondia Camões
Levou-me a pecar na Madragoa
Tomamos o licor do Santo Rio
Então vimos Fernando 
Em Pessoa
Sentado à janela...
O coração na mão...
A tomar Ginjinha do Rossio


Detalhe da gravura de Georgius Braunius (1541-1622

Entreguei minh’ alma desarmada
Aos fados vadios de Alfama
Roubei dos fados a saudade
Que havia em cada aerograma
Mergulhei entre Oeiras e Almada
E o Tejo abraçou-me com vontade
Era eu quem nele desaguava
Fui sereia
E a minha voz
Eu roubei da cotovia que cantava