quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

PARCERIA COM CARLOS WALKER

Horas Ausentes


 MÚSICA CARLOS WALKER
LETRA NUMA CIRO




Mundo distante...
Naquele olhar
O mundo é quase mar
E nessas horas de ausência
Navego oceanos  bravios. 
Nenhum olhar à vista.
Apenas corações, em cardume, desiguais.
Desamarro meus navios
Para cair na tentação das sereias.

Nenhum sinal de paz
Inverno em meu peito nu.
Noite a dentro é assim
Sempre esperando adormecer
Passar de mim em mim
Ninguém virá, ninguém.
Noite a dentro é assim
Sempre esperando amanhecer.


domingo, 15 de janeiro de 2017

AS QUATRO ESTAÇÕES DO FREVO

                 
           

Alegoria da Primavera
Sandro Botticelli






PRIMAVERA




letra e música NUMA CIRO


para as sobrinhas e a neta
eternamente mocinhas

BIANCA MORENA
MARIA CAROLINA
MARIA EDUARDA
SOFIA
JOANA

e

BEATRIZ  entrou na ro-o-da                  

                    
RODA
MILTON DA COSTA
               

 A Primavera
Namoradeira!
Chegou à cidade com as Cirandeiras

A Primavera
Namoradeira!
Chegou à cidade com as Cirandeiras

Grafitava os muros
Dançava nas praças
Subia nas cercas
Serpentinas trepadeiras

A primavera  
Foliã jardineira!
Brincava de Gardênia Camélia e Açucena
No Amélia não
Ela não brincava
Primavera brincava no bloco das Madalenas

Quando as flores estalavam gargalhadas
Velospiava o pião no meio-fio
Rodava mundo
Deitava o vento
Beijava-se o próprio desafio

A primavera acordou o sol da casa 
Demorando em pensamentos de preguiça
Rindo de nada
Querendo tudo
Mas tudo só havia na cobiça

A primavera
Foliã bordadeira!
Fantasiava os nus
Despenteava as cabeleiras

A Primavera
Passou fantasiada
Mulher do meio-dia dançando de Sombrinha

Onde andará a primavera? 
Onde andará a primavera?

No bem-me-quer-mal da florzinha
Ou alongada no elástico da calcinha.








VERÃO





VERÃO CARIOCA
Christine Drummond


Letra e música Numa Ciro


O Verão chegou!
E a cidade acordou com olhos de mormaço
Uma onça pintada denominada Aurora mostrou os dentes
E a risada era mesmo que ver uma revoada
E eu sozinha
Malone vive alone andorinha

Eu quero um Béquete
Me dá me dá
Praias livres para o banho
Eu vou bancar
Topless na areia
Um bronzeado esperto
Sem marcas
Eu fico à vontade pra nadar
E pernas pra quem me quer de saltos
Sereia
Eu quero é cantar



Volpi 


No verão
A cidade caminha por um fio
Entre nádegas dúbias
Benevolentes
Do oriente ao ocidente
E o disbunde é
Mesmo que estar numa festa Odara
E eu na pista
Malone brinca alone de artista

Vem Carnaval
És o verão
Onde tudo é permitido
Maman Maman
Eu quer
Um beijo de língua um abraçacinho uma rave
Um caso alegórico de amor popular
Aos braços
De quem se faz de alvo
Acaso eu caí do carnaval




Heitor dos Prazeres





OUTONO
                       







letra e música Numa Ciro 

O Outono voltou
Já chegou tirando a roupa
Entre voos de pássaros
Passos dos passistas

O sussurro dos ventos
O murmúrio das ruas
Invadiram o silêncio das artistas
Dizendo-se atraídas pelos tempos
Acordaram Mascaradas Futuristas

Lá dentro
Um abajur iluminava
A cama dos sonhos interrompidos
Instrumentos virtuais
Eletrônicas vitrolas
Tocavam frevos esquecidos


Lá fora
O estandarte anunciava
O equinócio de um outono bailarino
Tambores ancestrais
Rabecas salustiais
Tocavam  frevos do destino

O outono soprou
A invasão dos namorados
Reco-reco Eco
Transeuntes perfumados
Eram vícios notívagos
Requintes da alma
Pernambucando carnavais antecipados
E pra contar quanto custa a liberdade
Criou-se o bloco Transgressores da Saudade





A Flor do Mandacaru

"Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão..." 
                   Luiz Gonzaga e Zé Dantas



O INVERNO

 Numa Ciro
                       

Para  HELÔ







O inverno Chegou! 
O inverno saltimbanco
Aos prantos
Fez cachoeiras
            
Os olhos do meu avô
Eram duas esmeraldas
Espelhos das ribanceiras

A minha avó cantou
Um frevo que faz chorar
Mas era um frevo bonito
Era um convite
Tristeza que vai se acabar
O nome do frevo é
 Recife em Fevereiro 
Pro nosso inverno imaginar


O inverno é antigo 
quando o mundo não havia
só havia o inverno

O inverno é um velho
Até faço o seu retrato
com os versos do meu frevo 


Há tempestade nos olhos
Relampejante o sorriso
As rugas fósseis são leitos escavados
Com as lágrimas de amor perdido
Quem perde amor encontra amores no futuro
Amor é o brinquedo de Cupido