LETRAS E MÚSICAS
Composições de Numa Ciro
I
AS QUATRO ESTAÇÕES DO FREVO
Alegoria da Primavera Sandro Botticelli
letra e música NUMA CIRO
|
eternamente mocinhas
BIANCA MORENA
MARIA CAROLINA
MARIA EDUARDA
SOFIA
JOANA
e
BEATRIZ entrou na ro-o-da
RODA MILTON DA COSTA |
A Primavera
Namoradeira!
Chegou à cidade com as Cirandeiras
A Primavera
Namoradeira!
Chegou à cidade com as Cirandeiras
Grafitava os muros
Dançava nas praças
Subia nas cercas
Serpentinas trepadeiras
A primavera
Foliã jardineira!
Brincava de Gardênia Camélia e Açucena
No Amélia não
Ela não brincava
Primavera brincava no bloco das Madalenas
Quando as flores estalavam gargalhadas
Velospiava o pião no meio-fio
Rodava mundo
Deitava o vento
Beijava-se o próprio desafio
A primavera acordou o sol da casa
Demorando em pensamentos de preguiça
Rindo de nada
Querendo tudo
Mas tudo só havia na cobiça
A primavera
Foliã bordadeira!
Fantasiava os nus
Despenteava as cabeleiras
A Primavera
Passou fantasiada
Mulher do meio-dia dançando de Sombrinha
Onde andará a primavera?
Onde andará a primavera?
No bem-me-quer-mal da florzinha
Ou alongada no elástico da calcinha.
VERÃO
VERÃO CARIOCA
Christine Drummond
Letra e música Numa Ciro
O Verão chegou!
E
a cidade acordou com olhos de mormaço
Uma
onça pintada denominada Aurora mostrou os dentes
E
a risada era mesmo que ver uma revoada
E
eu sozinha
Malone
vive alone andorinha
Eu
quero um Béquete
Me
dá me dá
Praias
livres para o banho
Eu
vou bancar
Topless
na areia
Um
bronzeado esperto
Sem
marcas
Eu
fico à vontade pra nadar
E
pernas pra quem me quer de saltos
Sereia
No
verão
A
cidade caminha por um fio
Entre
nádegas dúbias
Benevolentes
Do
oriente ao ocidente
E
o disbunde é
Mesmo
que estar numa festa Odara
E
eu na pista
Malone
brinca alone de artista
Vem
Carnaval
És
o verão
Onde
tudo é permitido
Maman
Maman
Eu
quer
Um
beijo de língua um abraçacinho uma rave
Um
caso alegórico de amor popular
Aos
braços
De
quem se faz de alvo
Acaso
eu caí no carnaval
letra e música Numa Ciro
O Outono voltou
Já chegou tirando a roupa
Entre voos de pássaros
Passos dos passistas
O sussurro dos ventos
O murmúrio das ruas
Invadiram o silêncio das artistas
Dizendo-se atraídas pelos tempos
Acordaram Mascaradas Futuristas
Lá dentro
Um abajur iluminava
A cama dos sonhos interrompidos
Instrumentos virtuais
Eletrônicas vitrolas
Tocavam frevos esquecidos
Lá fora
O estandarte anunciava
O equinócio de um outono bailarino
Tambores ancestrais
Rabecas salustiais
Tocavam frevos do destino
O outono soprou
A invasão dos namorados
Reco-reco Eco
Transeuntes perfumados
Eram vícios notívagos
Requintes da alma
Pernambucando carnavais antecipados
E pra contar quanto custa a liberdade
Criou-se o bloco Transgressores da Saudade
A Flor do Mandacaru |
"Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão..."
Luiz Gonzaga e Zé Dantas
O INVERNO
Numa Ciro
Para HELÔ
O inverno Chegou!
O inverno saltimbanco
Aos prantos
Fez cachoeiras
Os olhos do meu avô
Eram duas esmeraldas
Espelhos das ribanceiras
A minha avó cantou
Um frevo que faz chorar
Mas era um frevo bonito
Era um convite
Tristeza que vai se acabar
O nome do frevo é
Recife em Fevereiro
Pro nosso inverno imaginar
O inverno é antigo
quando o mundo não havia
só havia o inverno
O inverno é um velho
Até faço o seu retrato
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