domingo, 14 de fevereiro de 2016

PARCERIAS com FLAVIOLA

FLAVIOLA


Trecho final de Ulisses, o Monólogo de Molly Bloom - Tradução de Antônio Houaiss
Musicado por Flaviola
Voz: Numa Ciro

http://www.radiobatuta.com.br/Episodes/view/1068

Link para assistir o programa de Eucanaã Ferraz
A VOZ HUMANA
na Rádio Batuta 
IMS - Instituto Moreira Sales


Vozes para James Joyce - quase Bloomsday


(...) eu dei a ele um pouquinho do bolinho de cheiro da minha boca e era ano bissexto como agora  sim dezesseis anos atrás meu Deus depois desse beijo longo eu quase perdi minha respiração sim ele disse que eu era uma flor da montanha sim assim a gente é uma flor todo o corpo de uma mulher sim essa foi uma coisa verdadeira que ele disse na vida dele e o sol brilha para você hoje isso foi porque eu gostei dele porque eu via que ele entendia ou sentia o que era uma mulher eu sabia que eu podia dar um jeito nele e eu dei a ele todo o prazer que eu podia levando ele até que ele me pediu pra dizer sim e eu não queria responder só olhando para o mar e o céu eu estava pensando em tantas coisas (...) eu mocinha onde eu era uma Flor da montanha sim quando eu punha a rosa em minha cabeleira como as garotas andaluzas costumavam ou devo usar uma vermelha sim e como ele me beijou contra a muralha mourisca e eu pensei tão bem a ele como a outro e então eu pedi a ele com os meus olhos para pedir de novo sim e então ele me pediu quereria eu sim dizer sim minha flor da montanha e primeiro eu pus os meus braços em torno dele sim e eu puxei ele pra baixo pra mim para ele poder sentir meus peitos todos perfume sim o coração batia como louco sim eu disse sim eu quero Sims. 


Trieste-Zurique-Paris, 1914-1921






Lançamento do livro de Neide Arcanjo


Numa Ciro e Flaviola
Consulado Português - Rio de Janeiro
Concerto para Archanjo
Lançamento do livro As Marinhas, de Neide Archanjo
Poemas musicados por Flaviola





Flaviola e O Bando do Sol - Flaviola e O Bando do Sol
Rozenblit – 1974

Mais um daqueles momentos mágicos da música brasileira.
Flaviola e O Bando do Sol apresenta lampejos de pura genialidade e nos mostra, mais intimamente, a linda atmosfera da nossa arte, tão bem reproduzida na década de 70. Com esse trabalho, temos mais uma amostra do quão poderosa é a música nordestina e como seus ilustres artistas são imensamente talentosos e sensíveis.
Encontramos aqui um trabalho predominantemente acústico, com rica poesia e instrumentos mais líricos (flauta,violas, violões) que fazem toda a diferença na sonoridade folk psicodélico.
Frequentemente, Flaviola e O Bando do Sol é comparado aos também clássicos Paêbirú do Lula Côrtes e Zé Ramalho e No Sub Reino dos Metazoários do Marconi Notaro. Essa comparação faz sentido, a estética é a mesma e as três obras-primas foram produzidas quase no mesmo período, porém, é necessário um cuidado para não reduzir o brilho desse trabalho, que mostra sim uma originalidade, principalmente pela voz carismática de Flaviola, um dos grandes gênios que já surgiram no país.
Obviamente, muito dessa grandiosidade, tem referência direta com o time de músicos que foi escalado para tocar. Além de Flávio de Lira (Flaviola), podemos apreciar a arte dos incomparáveis Robertinho do Recife, Zé da Flauta, Paulo Raphael e do próprio Lula Côrtes, que realmente, estava num momento iluminado.
É terminantemente impossível escolher as melhores músicas do disco, já que todas são bem representativas e cada uma realça um estado de espírito, uma forma exclusiva de evidenciar a arte de viver. De qualquer forma, podemos selecionar algumas delas que são absurdamente lindas e inspiradas, que atingem a perfeição.
A instrumental “Canto Fúnebre” teve a missão de iniciar essa bela viagem musical e no final, acaba fazendo muito mais, nos emociona profundamente. Um tema divino!
As canções “O Tempo” e “Noite” são semelhantes, mesma poesia e levada folk e se completam entre si. Já “Desespero” tem tudo pra ser o principal tema, não só pela belíssima melodia, mas também por abordar um tema complexo: o lamento diante da solidão e o imenso vazio causado por ela. “Canção do Outono” vem reforçar essa idéia e o faz com maestria.
“Do Amigo”, coloca o sentimento de amizade verdadeira como algo inabalável, como a cura para a tristeza no mundo. Será que há como duvidarmos disso? Acredito que não!!
“Olhos” (clara influência na música do Lenine, Zeca Baleiro, entre outros), “Romance da Lua” (uma adaptação de um poema de García Lorca) e “Asas” (personificação da música nordestina, pós Tropicalismo) são as demais canções que contribuem, decisivamente, para a riqueza e também para o grande alcance da obra.
Flaviola e O Bando do Sol é de fato um trabalho atemporal, que pode ser ouvido em qualquer tempo em qualquer lugar e causam a mesma sensação de prazer absoluto. Não é a toa que é reconhecido mundialmente, como uma das grandes pérolas da música brasileira. Mais do que justo.
No mais, só temos que agradecer a esses grandes artistas, por terem concebido um álbum tão valioso e importante e torcer para que os ensinamentos proferidos por eles continuem atingido o coração dos amantes da boa música, também nas próximas gerações.

Por Fabiano Oliveira









Ouça o disco

https://www.youtube.com/watch?v=nkSIUfewixQ



01. Canto Fúnebre
02. O Tempo
03. Noite
04. Desespero
05. Canção do Outono
06. Do Amigo
07. Brilhante Estrela
08. Como os Bois
09. Palavras
10. Balalaica
11. Olhos
12. Romance da Lua
13. Asas



Hildebrando de Castro 


OS QUATRO ELEMENTOS NA BEIRA DO MAR


Música de Flaviola
Letra de Numa Ciro 


                     Para 
Maria Bethânia
             

Hildebrando de Castro - Sem título - 2011



ÁGUA

Navego ba(r)cante nas águas do tempo
Carrancada na proa pantomimo feições
Os ventos marinhos me assopram Camões
Procuro tesouros nas dobras do vento
No abismo dos sonhos sereias invento
De vozes mais lindas que a luz do luar
Cem vezes me atiro    sem medos de amar
Mil vezes naufrago     mil redes me pescam
Cavalos-marinhos fogosos me cercam
Dançando galope na beira do mar


Hildebrando de Castro 


AR

Avôo rasante nas ondas do tempo
Ícaro às avessas no rumo cangaço
Dumont fez os Santos com asas de aço
Eu faço ciranda no giro do vento
O impulso do vôo é um só movimento
Um segundo só basta pro amor se olhar
Se no ar desse olhar o desejo falar
Pelos poros e até pelos cinco sentidos
Eu salvo do fim os amores perdidos
Rezando galope na beira do mar





 Hildebrando de Castro / Sem título, 2010


FOGO

Dançando me jogo no fogo do tempo
Labaredas de fúria na paisagem Sertão
Nas brasas da língua o verso de João
Cabral nas veredas andando ao relento
A sede do cão na quentura do vento    
Espinho foi laser pro crivo bordar
Toalhas de linho lençóis pra casar
Caatingas são dores que a seca esculpiu
Pelo fogo do amor feito cega me enfio
Dizendo galope na beira do mar

Hildebrando de Castro


TERRA

Caminho lavrada nas léguas do tempo
Arrancada do chão   Vitalino meu umbigo
Na soleira da aurora procuro um abrigo
O adeus vem do aço   do ferro e cimento
O leite das pedras produz meu sustento
Destino do bom é amor carregar
Se no alto da sorte o amor me beijar
Eu arranco do barro o formato do ninho
Eu misturo o sagrado ao profano carinho
Cantando galope na beira do mar





O Rap-Xote do Engraxate



Gustavo e Leonardo
Os Irmãos Duarte 
Criadores da produtora PLUS ULTRA 

Escrevi este poema musicado por Flaviola para o Documentário O Engraxate, 2002, dos Irmãos cineastas,  premiado no Festival em Brasília.



“ELE SÓ TEM EU POR MIM”
ou 
O Rap-Xote do Engraxate





             
Sentado eu finjo que me deito
Adormeço no colo da calçada
Se o batente é minha cama disfarçada
Cruzo os braços e faço travesseiro
Imito o descanso verdadeiro 
Até sonho que engraxo o meu destino
Esfregando o meu sapato Aladino       
Visto asas de anjo e experimento
Um encontro com Carlitos sonolento
No seu sonho de anjo bailarino

                                              







Naquele filme era ele e o menino
O amor do mundo entre os dois
Ódio do mundo contra os dois
Como eu e meu irmão num só destino
Desmentindo redemunho luciferino
Vidas secas forjadas no capricho
De tratar um homem feito bicho
Carecendo de alma pra sofrer
Pois eu digo e engraxo meu dizer
Eu enfrento dor de homem feito bicho

Eu enfrento dor de homem feito bicho






Eu sou filho de um homem, não sou bicho.
Minha terra dá garganta aos seus cantores.
Nossa mãe, pastora de louvores,  
Veste saia bordada de carrapicho.
Ela manda carta escrita no capricho e diz:
– Meus filhos, eu lhes dou minha benção!
Eu respondo engraxando o coração:
Meu irmão está preso sem ser ruim
E se ele só tem eu pra ser por mim
Eu trabalho pra livrar o meu irmão
Eu trabalho pra livrar o meu irmão








                                          

  








Ciro Barcelos
Musical
Francisco de Assis


                     SANTO AMOR                      

Música Flaviola 
Letra Numa Ciro


  
De onde vem essa luz e me alcança
Onde fui apenas sombra dos meus passos?
Quem me chama nas vozes desses pássaros?

O silêncio me veste de esperança

Conduz meu sonho oh Santo Amor
O dia canta a oração do sol
A lua reza
A noite pronuncia

Quem me guia?
Quem me guia?

Onde estive não havia nem sinal de vida
Nem sabia do Amor Sagrado as alegrias

 Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!

Acende a fogueira da promessa em meu peito
Onde a dúvida de tudo me atravessa
Conduz meu sonho oh Santo Amor
Oh Santo Amor
Oh Santo Amor











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