segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

PARCERIAS com CÉSAR LACERDA

CÉSAR LACERDA






FAVOS DE SOLIDÃO


Musica César Lacerda
Letra Numa Ciro

Gravada por César Lacerda
neste disco


César Lacerda
participação especial
Letícia Novaes


Depois
tudo agora espera o carnaval
só depois daquele vendaval
quando a paz de um ninho relembrar aos amados
favos de prazer
que os amantes loucos tiram de qualquer dor
talvez o amor encontre o seu lugar
e a solidão
simples delícia esperta
enquanto for contraponto
Tom sobre meu cantar
inevitável João





BELO ACASO


Musica César Lacerda
Letra Numa Ciro

caiu do céu
lábios de mel
na minha boca

improvisei
lua de mel
que noite louca

Ah... estavas distraída em mim
Ai... estava tudo estrela sem ter fim...

nem dei por ti
quando me vi
éramos caça

olhos ali
línguas assim
risos de graça

Ah... ninguém pediu pra repetir
Ai… de novo o céu nos fez cair
a lamber os pés do chão
a teimar em sermos
curiosas coisas da vontade

aah! hei de viver
ai! ai desse mel
ah! hás de querer
Hai Kai desse céu

por acaso...
belo acaso...


Hai Kai do céu
Lábios de mel
Hai Kai







ABAPORU

Musica César Lacerda 
Letra Numa Ciro
Gravada por Laura Lopes 






Ah, Abaporu Abaporu drume na
Na manhã cunhã mãe me nina nanã
Ah, Abaporu Abaporu dormirá.
Mãe me nina eu mim ouvi mãe ninar

Tá 
Se 
Lá 
Viu

Dejà vu de cactus y cactus y Capitu

Ta 
Sonhá 


Tem Abaporu ca ta imagina

Ah Abaporu Abaporu 

Tarsila

Sol na flor da fome do homem Aba
Ah Abaporu Abaporu lumina
Pai ensina bô mim poru mim canta


TARSILA DO AMARAL
ABAPORU
óleo sobre tela
1928



Malvina 

"É sempre bom voltar à minha terra natal, Diamantina, e cantar pra tantas pessoas queridas! "Nem me fale", música de César Lacerda e Numa Ciro, no Teatro Santa Izabel".


NEM ME FALE

Música: César Lacerda
Letra:     Numa Ciro


Eu te olhei eu te quis nem me fa-
le ton nom me diz mais que um afago
tu me viu tu me quis nos meus olh
zolhos mil  zolhos mil diminhalma

se passou passou perto. Demais!
ceci bon, c’est la vie, oui ma dá-me,
soy feliz, je suis trés heureux
                      I’m happy, quem diz?  não see ça be...                                   

Como eu disse eu direi eu só vou
se as estrelas cantarem na estrada
e se a sorte nos acompanhar
servirei à expressão de uma fada

onde estás vou atrás demorô
diz que eu fui porquistou com saudade
abre a porta e me espera no cais
cai na minha amorosa cidade

Quando eu digo e suspiro de amor
Não há luz que se veja mais clara
E se a vida nos deixar viver
Viveremos de amor e mais nada



MULHER


Música   César Lacerda
Letra  Numa Ciro
8/9 de março de 2010


Não tenho inveja do bigode, nem da barba, muito menos da pressão
Não tenho inveja da gravata, nem do terno, muito menos d’ambição

Só tenho inveja do nome homem
e
da força múscula
da força muscular

sou mulher
no peito e na cintura
sou mulher
voz sem violão

não tenho inveja dos testículos, nem nem dos pelos, nem do pomo de Adão
não tenho inveja d’ autoridade, do raciocínio, muito menos da ingratidão

Só tenho inveja do nome homem
e
da força múscula
da força muscular

sou mulher
no peito e na cintura
sou mulher
voz sem violão
 
Não tenho inveja do xixi em pé



Laura Lopes


BELISCANDO PAREDES



Música César Lacerda
Letra Numa Ciro 


Beliscando paredes
Arranhando portas
Comendo o pau da mesa
Fazendo o dial de drops
Me deitei no fogão
Virei ímã de geladeira
Dei pescoço a vampiro
Rasguei a grana do ano inteiro

Fulana!
Beltrana!
Sicrana!
Oh! Como eu tou

Fulana!
Beltrana!
Sicrana!
Oh! Como eu tou

Aquela não gosta de cama
 Essa não fala de amor
A outra não teve cuidado
E eu fico nessa de horror

Fulana!
Beltrana!
Sicrana!
Oh! Como eu tou


Fulana!
Beltrana!
Sicrana!
Oh! Como eu tou 






DESPROPORÇÃO


Música  César Lacerda
Letra     Numa Ciro




Quando eu era menina tinha
Um rio enorme atrás da minha casa
O pensamento se ouvia no espelho e no fundo

Hoje
Meu olhar de paixão te ver maior que todas as coisas do mundo
Mordo os meus sonhos


Hoje 
Aquele rio enorme é um rio riozinho
na desproporção do meu olhar adulto
Essa paixão... Será que tem tamanho?

Ainda
A casa o Rio a menina
O espelho o fundo de tudo 
E o meu olhar te procura em todas a margens do mundo






Amanhã Cidades

Música: César Lacerda
Letra:     Numa Ciro

haverá
um simples quintal?
amanhã
a voz cantará?

Sonharei
à beira do caos?
Por-do-sol
Acende o luar
AAAR
AAAR

Ora, velho, há sombra e luz (disse um verso) ( disse o moço)
na memória de um país
a cidade dói em mim
penso em tudo sem chorar

haverá
jardins de brincar?
amanhã
cidade haverá?

voz de alguém
nessa imensidão…
eu sonhei
com âncoras e cais

somos muitos
somos sós
medo esconde o amor
Ali! um sorriso  
alguém passou
o horizonte ainda está

Passageiros do amanhã
Destinados a cantar
Haverá
cantar
amanhã
Haverá
cantar

Um simples cantar


He he he 


domingo, 14 de fevereiro de 2016

PARCERIAS com FLAVIOLA

FLAVIOLA


Trecho final de Ulisses, o Monólogo de Molly Bloom - Tradução de Antônio Houaiss
Musicado por Flaviola
Voz: Numa Ciro

http://www.radiobatuta.com.br/Episodes/view/1068

Link para assistir o programa de Eucanaã Ferraz
A VOZ HUMANA
na Rádio Batuta 
IMS - Instituto Moreira Sales


Vozes para James Joyce - quase Bloomsday


(...) eu dei a ele um pouquinho do bolinho de cheiro da minha boca e era ano bissexto como agora  sim dezesseis anos atrás meu Deus depois desse beijo longo eu quase perdi minha respiração sim ele disse que eu era uma flor da montanha sim assim a gente é uma flor todo o corpo de uma mulher sim essa foi uma coisa verdadeira que ele disse na vida dele e o sol brilha para você hoje isso foi porque eu gostei dele porque eu via que ele entendia ou sentia o que era uma mulher eu sabia que eu podia dar um jeito nele e eu dei a ele todo o prazer que eu podia levando ele até que ele me pediu pra dizer sim e eu não queria responder só olhando para o mar e o céu eu estava pensando em tantas coisas (...) eu mocinha onde eu era uma Flor da montanha sim quando eu punha a rosa em minha cabeleira como as garotas andaluzas costumavam ou devo usar uma vermelha sim e como ele me beijou contra a muralha mourisca e eu pensei tão bem a ele como a outro e então eu pedi a ele com os meus olhos para pedir de novo sim e então ele me pediu quereria eu sim dizer sim minha flor da montanha e primeiro eu pus os meus braços em torno dele sim e eu puxei ele pra baixo pra mim para ele poder sentir meus peitos todos perfume sim o coração batia como louco sim eu disse sim eu quero Sims. 


Trieste-Zurique-Paris, 1914-1921






Lançamento do livro de Neide Arcanjo


Numa Ciro e Flaviola
Consulado Português - Rio de Janeiro
Concerto para Archanjo
Lançamento do livro As Marinhas, de Neide Archanjo
Poemas musicados por Flaviola





Flaviola e O Bando do Sol - Flaviola e O Bando do Sol
Rozenblit – 1974

Mais um daqueles momentos mágicos da música brasileira.
Flaviola e O Bando do Sol apresenta lampejos de pura genialidade e nos mostra, mais intimamente, a linda atmosfera da nossa arte, tão bem reproduzida na década de 70. Com esse trabalho, temos mais uma amostra do quão poderosa é a música nordestina e como seus ilustres artistas são imensamente talentosos e sensíveis.
Encontramos aqui um trabalho predominantemente acústico, com rica poesia e instrumentos mais líricos (flauta,violas, violões) que fazem toda a diferença na sonoridade folk psicodélico.
Frequentemente, Flaviola e O Bando do Sol é comparado aos também clássicos Paêbirú do Lula Côrtes e Zé Ramalho e No Sub Reino dos Metazoários do Marconi Notaro. Essa comparação faz sentido, a estética é a mesma e as três obras-primas foram produzidas quase no mesmo período, porém, é necessário um cuidado para não reduzir o brilho desse trabalho, que mostra sim uma originalidade, principalmente pela voz carismática de Flaviola, um dos grandes gênios que já surgiram no país.
Obviamente, muito dessa grandiosidade, tem referência direta com o time de músicos que foi escalado para tocar. Além de Flávio de Lira (Flaviola), podemos apreciar a arte dos incomparáveis Robertinho do Recife, Zé da Flauta, Paulo Raphael e do próprio Lula Côrtes, que realmente, estava num momento iluminado.
É terminantemente impossível escolher as melhores músicas do disco, já que todas são bem representativas e cada uma realça um estado de espírito, uma forma exclusiva de evidenciar a arte de viver. De qualquer forma, podemos selecionar algumas delas que são absurdamente lindas e inspiradas, que atingem a perfeição.
A instrumental “Canto Fúnebre” teve a missão de iniciar essa bela viagem musical e no final, acaba fazendo muito mais, nos emociona profundamente. Um tema divino!
As canções “O Tempo” e “Noite” são semelhantes, mesma poesia e levada folk e se completam entre si. Já “Desespero” tem tudo pra ser o principal tema, não só pela belíssima melodia, mas também por abordar um tema complexo: o lamento diante da solidão e o imenso vazio causado por ela. “Canção do Outono” vem reforçar essa idéia e o faz com maestria.
“Do Amigo”, coloca o sentimento de amizade verdadeira como algo inabalável, como a cura para a tristeza no mundo. Será que há como duvidarmos disso? Acredito que não!!
“Olhos” (clara influência na música do Lenine, Zeca Baleiro, entre outros), “Romance da Lua” (uma adaptação de um poema de García Lorca) e “Asas” (personificação da música nordestina, pós Tropicalismo) são as demais canções que contribuem, decisivamente, para a riqueza e também para o grande alcance da obra.
Flaviola e O Bando do Sol é de fato um trabalho atemporal, que pode ser ouvido em qualquer tempo em qualquer lugar e causam a mesma sensação de prazer absoluto. Não é a toa que é reconhecido mundialmente, como uma das grandes pérolas da música brasileira. Mais do que justo.
No mais, só temos que agradecer a esses grandes artistas, por terem concebido um álbum tão valioso e importante e torcer para que os ensinamentos proferidos por eles continuem atingido o coração dos amantes da boa música, também nas próximas gerações.

Por Fabiano Oliveira









Ouça o disco

https://www.youtube.com/watch?v=nkSIUfewixQ



01. Canto Fúnebre
02. O Tempo
03. Noite
04. Desespero
05. Canção do Outono
06. Do Amigo
07. Brilhante Estrela
08. Como os Bois
09. Palavras
10. Balalaica
11. Olhos
12. Romance da Lua
13. Asas



Hildebrando de Castro 


OS QUATRO ELEMENTOS NA BEIRA DO MAR


Música de Flaviola
Letra de Numa Ciro 


                     Para 
Maria Bethânia
             

Hildebrando de Castro - Sem título - 2011



ÁGUA

Navego ba(r)cante nas águas do tempo
Carrancada na proa pantomimo feições
Os ventos marinhos me assopram Camões
Procuro tesouros nas dobras do vento
No abismo dos sonhos sereias invento
De vozes mais lindas que a luz do luar
Cem vezes me atiro    sem medos de amar
Mil vezes naufrago     mil redes me pescam
Cavalos-marinhos fogosos me cercam
Dançando galope na beira do mar


Hildebrando de Castro 


AR

Avôo rasante nas ondas do tempo
Ícaro às avessas no rumo cangaço
Dumont fez os Santos com asas de aço
Eu faço ciranda no giro do vento
O impulso do vôo é um só movimento
Um segundo só basta pro amor se olhar
Se no ar desse olhar o desejo falar
Pelos poros e até pelos cinco sentidos
Eu salvo do fim os amores perdidos
Rezando galope na beira do mar





 Hildebrando de Castro / Sem título, 2010


FOGO

Dançando me jogo no fogo do tempo
Labaredas de fúria na paisagem Sertão
Nas brasas da língua o verso de João
Cabral nas veredas andando ao relento
A sede do cão na quentura do vento    
Espinho foi laser pro crivo bordar
Toalhas de linho lençóis pra casar
Caatingas são dores que a seca esculpiu
Pelo fogo do amor feito cega me enfio
Dizendo galope na beira do mar

Hildebrando de Castro


TERRA

Caminho lavrada nas léguas do tempo
Arrancada do chão   Vitalino meu umbigo
Na soleira da aurora procuro um abrigo
O adeus vem do aço   do ferro e cimento
O leite das pedras produz meu sustento
Destino do bom é amor carregar
Se no alto da sorte o amor me beijar
Eu arranco do barro o formato do ninho
Eu misturo o sagrado ao profano carinho
Cantando galope na beira do mar





O Rap-Xote do Engraxate



Gustavo e Leonardo
Os Irmãos Duarte 
Criadores da produtora PLUS ULTRA 

Escrevi este poema musicado por Flaviola para o Documentário O Engraxate, 2002, dos Irmãos cineastas,  premiado no Festival em Brasília.



“ELE SÓ TEM EU POR MIM”
ou 
O Rap-Xote do Engraxate





             
Sentado eu finjo que me deito
Adormeço no colo da calçada
Se o batente é minha cama disfarçada
Cruzo os braços e faço travesseiro
Imito o descanso verdadeiro 
Até sonho que engraxo o meu destino
Esfregando o meu sapato Aladino       
Visto asas de anjo e experimento
Um encontro com Carlitos sonolento
No seu sonho de anjo bailarino

                                              







Naquele filme era ele e o menino
O amor do mundo entre os dois
Ódio do mundo contra os dois
Como eu e meu irmão num só destino
Desmentindo redemunho luciferino
Vidas secas forjadas no capricho
De tratar um homem feito bicho
Carecendo de alma pra sofrer
Pois eu digo e engraxo meu dizer
Eu enfrento dor de homem feito bicho

Eu enfrento dor de homem feito bicho






Eu sou filho de um homem, não sou bicho.
Minha terra dá garganta aos seus cantores.
Nossa mãe, pastora de louvores,  
Veste saia bordada de carrapicho.
Ela manda carta escrita no capricho e diz:
– Meus filhos, eu lhes dou minha benção!
Eu respondo engraxando o coração:
Meu irmão está preso sem ser ruim
E se ele só tem eu pra ser por mim
Eu trabalho pra livrar o meu irmão
Eu trabalho pra livrar o meu irmão








                                          

  








Ciro Barcelos
Musical
Francisco de Assis


                     SANTO AMOR                      

Música Flaviola 
Letra Numa Ciro


  
De onde vem essa luz e me alcança
Onde fui apenas sombra dos meus passos?
Quem me chama nas vozes desses pássaros?

O silêncio me veste de esperança

Conduz meu sonho oh Santo Amor
O dia canta a oração do sol
A lua reza
A noite pronuncia

Quem me guia?
Quem me guia?

Onde estive não havia nem sinal de vida
Nem sabia do Amor Sagrado as alegrias

 Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!
Oh Santo Amor!

Acende a fogueira da promessa em meu peito
Onde a dúvida de tudo me atravessa
Conduz meu sonho oh Santo Amor
Oh Santo Amor
Oh Santo Amor











domingo, 7 de fevereiro de 2016

A PRIMEIRA PARCERIA: TÂNIA CHRISTAL



TÂNIA CHRISTAL





AH SE VOCÊ FOSSE IGUAL A MIM


Música  Tânia christal
Letra      Numa Ciro



Sonhei contigo e acordei
Sentindo como se estivesses rindo ao meu lado
Olhei lá longe
Dentro de mim não havia distância
Ah se você fosse igual a mim
Ah se você fosse igual a mim

Passei o dia pensando no sonho
E até senti você 
Quase chegando
Quase chegando
Dentro de mim não havia distância

Ah se você fosse iguala mim
Ah se você fosse igual a mim

E agora de noite escrevendo este sonho
Me pego sonhando
Até ouço passos
Me assustam teus braços
Parece que estás aqui
Dentro de mim não havia distância

Ah se você fosse igual a mim
Ah se você fosse igual a mim...

"Se todos fossem iguais a você"

Ah se você fosse igual a mim
  Ah se você fosse igual a mim...


FANTASIA NA REAL


Música:  Tânia Christal
Letra: Numa Ciro



PORTINARI



Não tem nada não
Este amor vai ser notícia
Vai virar fofoca de revista
Virar mesa ou caso de polícia
Às vinte horas na televisão

Vai ser uma tal metamorfose
que nem você vai reconhecer
E quando ver nossa história pelas telas 
Assistirás como se não fosses tu
Aquele homem fantasiado de artista
Indiferente ao amor daquela atriz


Guido Reni
Cleopatra con il serpente
1630

E no final 
Quando ela se embriaga
com o veneno do seu próprio coração

Você aplaude se a cena for perfeita
E no seu carro vai ouvindo essa canção
Você aplaude se a cena for perfeita
E no seu carro vai ouvindo essa canção


Walter Firmo 

Tudo isso é fantasia de escritor
Chamam roteiro a trajetória deste amor

Cai na real
Cai na real
Segura o sonho pra soltar no carnaval
Cai na real
Cai na real

Segura o sonho pra soltar no carnaval


DEPOIS

Letra Numa Ciro
Música Tânia Christal


Depois eu triste
Depois eu faço
Depois eu durmo
Depois não quero
Depois não tem perdão
Depois
É só talvez
Depois

Depois eu canto
Depois eu choro
Depois é amanhã
Depois
Não vai acontecer agora
Depois
Tanto faz
Depois
Não sei...

Depois eu trago
Depois!

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois...
Eu vou andar por aí...

Depois eu volto
Depois eu posso
Depois…
Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois...

Depois eu triste
Depois eu faço
Depois eu durmo
Depois não quero
Depois não tem perdão
Depois
É só talvez
Depois
É amanhã
Depois
Não vai acontecer agora
Depois
Tanto faz
Depois
Não sei...

Depois eu trago
Depois!

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois eu faço qualquer coisa com isso

Você disse que não há depois
Depois... 
Eu vou andar por aí...









TÂNIA CHRISTAL APONTA PARA OUTRA LINHA SONORA 
NA TERRA DO MANGUE BEAT

O óbvio seria o mangue beat, movimento que teve amplitude nacional em meados dos anos 90, liderado por Chico Science e sua Nação Zumbi. Mas, apesar de ter os pés finados nas raízes, a tendência é seguir outra linha musical. Mas não apenas uma específica. Todas juntas. É a multisonoridade, a estranheza e o inusitado que caracterizam o primeiro disco dos pernambucanos Tânia Christal e do Grupo Bom Sucesso Samba Clube.

(...)

O disco independente, de Tânia Christal, foi realizado através da lei de incentivo à Cultura Municipal e contou com o apoio do Hospital Santa Joana.

Nas 12 faixas, Tânia conta histórias desses "incontabilizados" 12 anos de carreira e diz:

"A direção artística foi toda minha para deixar bem claro o meu estilo, apesar de ter muita liberdade e diversidade de ritmos como valsa, tango e bolero".

As letras exploram abertamente uma ótica feminina da vida.




                               por
Aline Feitosa - Diário de Pernambuco


Em 2002, após décadas de ralação e acreditando na originalidade de seu trabalho, Tânia lançou de forma independente seu primeiro álbum - homônimo. Tânia Christal saiu com uma tiragem de dois mil exemplares. Rendeu em dezembro daquele ano show no pequeno Teatro Apolo, com um público formado basicamente por amigos e pelo fã clube Butantânia. Era a apresentação de suas composições (a maioria em parceria com o baixista e companheiro-amante Claude Burg e com Numa Ciro). Também era a despedida da artista - que havia feito um dos disco mais originais daquela safra pernambucana - de sua cidade, que pouco reconheceu o valor de seu talento. Partiu para a Europa. Participou de festivais como o Femme Le Monde, em Paris. Ficou um tempo na França (país de Claude) e hoje mora em Portugal, onde remontou uma banda, com o primeiro nome que arriscou no mercado do Recife: Sô Severino.

CLAUDE BURG  E TÂNIA CHRISTAL


Fingimento 



Música Tânia Christal 

Letra  Numa Ciro



Você finge que não vê
Você finge que não sabe
Você finge que não finge
Você mente
Você sabe


HILDEBRANDO DE CASTRO
2005


Você finge que me cega
Você finge que não sabe
Você finge que não finge
Você nega
Você sabe

E eu?
Acredito em você




Sempre que eu saio pelas ruas me embriago
Com as ondulações dos movimentos
Procuro sentir o chão
Às vezes dói
Esse assujeitamento às leis da gravidade

Agarrada à terra escorrego pela existência
E não poderia ser mais explícita


Elliot Erwit
Tour Eiffel
1953