quarta-feira, 14 de outubro de 2015

AS VERSÕES



AS VERSÕES 




I



Lotus Blossom - Billy Strayhorn







Billy Strayhorn




NOITES DE BILITIS

Versão de Numa Ciro








Em noites assim sem estrelas
Descansa no colo a noite
Esqueço os ruídos do mundo
E em nós
Versos de Bilitis 




Risos-entre-beijos
Instante preciso
Olhares num tom mais bonito
Somos mulheres
As flores
E eu
 Escrevo pra não morrer

                   
                     



Quando a noite vem
Nas mãos um véu
Eu penso em nós
Tudo é nosso até a morte
Vem com a noite
Vem
Hei













Em casos assim como o nosso
descansa do ódio o mundo
Esquece a conversa de ontem 
e vem 
com a noite roubar o céu 
Esquece a conversa de ontem 
e vem 
com a noite roubar o céu 


      

Duke Ellington
                                        



II


                 Sonhos do amanhecer


   Versão de Numa Ciro para Day Dream
 
Música - Billy Stayhorn / Duke Ellington
            


Versão e Voz de Numa Ciro
Gravação original como base desta verão 







Ouvi sons na manhã...
Algo entre o nascer
de um rosto na solidão
e vozes na solidão...

E na fonte-luz:
Eram canções-ninfas-da-manhã:
brincavam com as ilusões
Brincavam de amor ou...
Rárrárrá...

Um pensamento sumiu.
Fez-se lento o tempo.
Penso ao longe, o que serei?
Essa orgia de acordar...
Entre os beijos das romãs-irmãs!
Talvez serei o que não sei em mim.

Sonhei no amanhecer
Quase acreditei no olhar em contemplação
Brincando de ser real
Quase morro de rir

Mas uma vez fiquei a imaginar
Uma deusa desperta
Por tudo quanto fez o amor
Fez valer esse dom
E ainda faz canções
E sexo
Sempre haverá paixão

Ouvi sons na manhã
Algo entre o nascer
De um rosto na solidão
E um dia sem fim... 














III

 UM BOLERO DE AMOR




NO ME NIEGUES EL AMOR
DE ERNESTO LECUONA


VERSÃO DE NUMA CIRO

PARA 
O GRUPO CORPO




VEM

Vem
vem dançar um bolero

meu amor

Vem

atiçar meu inferno interior 

Vem 

tocar na pele a alma das estrela altas

en mi cielo







Vem dançar um bolero de amor
un Pas-de-deux
Abraçar-me ao redor do ciúme… Bésame!
Vem
A sorte é salto esperto em nosso peito 
às voltas do universo
Vem!





Se não vens
Não me digas
Não quero nem saber
Não
Não me negues o amor depois do sol
Vem
O tempo é nosso
A paz que a lua alcança dança nessa noite







Vem tocar as pontinhas dos dedos e girar
Alcançar-me a cintura no ar...
...perder o chão
Vem
Jogar-me ao mundo
E o rumo dos teus passos seja aonde os meus irão





IV


GELSOMINA




O OLHAR

     Música de Nino Rota
          Versão de Numa Ciro
  





Vi naquele olhar
Nunca esquecerei
Vi naquele olhar...

Não sei…

Lembro o que senti

Nunca esquecerei
Uma solidão sem fim

Estrada afora
o olhar segue o destino
inquietação
Em cada curva
os seus caminhos se perderão

Vi naquele olhar
Nunca esquecerei
A certeza de estar 








V


AS TIME GOES BY



Herman Hupfeld 
                                                                                                                                     Versão: Numa Ciro 
 


                                                      















 Vens cada vez mais linda
  E a causa que te arrasta
 Os sonhos que inventas
Reflexos das estrelas
 Horizonte em meu viver
  Essências pra pensar
  E a loucura de querer na falta de paz
Quem bebe comigo?
  Para onde irei tão só?
 Agora que o trem partiu...
   Um simples caso na história a mais
 Não toque em mim tal canção
   




O tempo de esquecer
Intensas emoções
É o tempo de esperar
Ouvir de novo esta canção
É só ouvir                              
E tudo que ficou
Perdido em nosso adeus
Explode em nosso olhar
Na luz que vem desta canção
É só ouvir


Não há tristeza
Nem mesmo rancor
Razões se calam
Diz esta canção
Quando o amor vem
Quem não pede ao tempo
Tempo de viver
A história mais feliz
A glória de sentir intensas emoções
O tempo que nos faz lembrar
As time goes by
As time goes by












                  




VI

A ÚLTIMA RUMBA





The last rumba  
Jean-Michel Jarre

Letra: Numa Ciro



Noite Estrelada
Vincent Van Go






Quem és oh meu amor
Quem vem sem avisar
Quem foi que se esqueceu
Das histórias de ser ou não só


Quem és se não estás 
Virei um sonhador
Contei por mais de um mês
As estrelas no céu
Quem passou

E agora quem viver
às custas deste amor
será imortal em seu farol
Talvez 
um anjo louco ferido
Mas a paixão tem seu estilo
e ninguém vive sem razão

Onde estará então entre os mortais?
Aquele olhar
Quem viu?
que esquenta o coração
É solitário amar enfim


Anjo Ferido
Hugo Simberg





ASTOR PIAZZOLLA

VII

LIBERTANGO







[Libertango - Astor Piazzolla]

Letra: Numa Ciro


Tens um tango no olhar

Luz das luzes de Paris

Encontrar motivos de encontrar

Entre nós amar é quase assim

Sei que a arte te seduz

Não   não quero te prender

Vem salvar desejos e emoções

Costurar brocados de prazer

 

Que achas deste atrevimento?

Não paro de pensar na tua boca

Tangos   versos   almas loucas

Anjos e demônios dançam à nossa volta

Volta    volta

 

Flanar entre as vitrines

Anoitecer nas sombras de tanta inspiração

Cheiro de luz

Risos de tanto querer bem

Bem, quem não quer?

Se quer um tango tão feliz

Quem tanto quer?

 

Flanar nos meus abraços

Amanhecer cantando e acordando um não sei quê

Sei quem tu és

És como o sol desta manhã

Tardes de sol

Luzes da noite

És quase céu

És quase eu

 

Quem te espera pra dançar

Diz olhando para mim

Nosso amor não brinca de esquecer

Entre nós o tango está feliz



VIII




Gustave Courbet
A origem do mundo


Esta obra pertenceu a Jacques Lacan. Depois de sua morte, 
é hoje uma das maiores atrações do Museu d’Orsay em  Paris


Estranho este Paraíso 

Versão de Numa Ciro 
sobre o arranjo de Ray Connif para STRANGER IN PARADISE  Ária da ópera Prince Igor. 
Música de Alexander Porfiryevich Borodin (1833- 1887)



Coisas de lembrar:

Não se perde um paraíso assim…


EL PRIMER PARAISO

PAUL GAUGIN



Era uma vez Alguém 

se dizia tão feliz feito Ninguém 

Lá estava com seu grande amor 

Ao largo das cruéis razões


A natureza em si

Imagine a plenitude de um jardim

No alto de um Arranha-céu

Sonhava-se ao luar




Nas brasas do silêncio

O caos dos beijos

O mundo ria-se

Rios de rir

E as noites calmas

Endiabradas

Boleros & blues

E as mordidas maçãs




E as manhãs em manhãs de sol

Era o tempo a se espreguiçar

As coisas sempre estavam lá

E ao longe uma voz a cantar



Dizia uma canção de amor

Que antes mesmo de o mundo o inventar

Havia alguém que amava outro alguém

Eternamente amar

Não?

 




Outro alguém
se dizia mais feliz sem ter Ninguém
Lá estava com seus animais 
Gostava de uma solidão

E tudo era questão de paz
Não tinha peito pra matar adeus
Andava na cidade feito um Deus 
Sorrindo ao Deus Dará 

Coisas de lembrar!
Não se perde um paraíso assim… 

Paraíso é um lugar 
Pode ser estranho tem de acostumar 
Quem leva o vício de sofrer
O tédio pode até pintar
 
Não confundir os dois
Paraíso não é croqui do céu
Quem vai a Milton vai a Dante
Do Éden a Babel 
Stones a rolar
Estranho é se perder… 





Noite Estrelada
Vincent Van Go





Última Rumba


Quem és oh meu amor
Quem vem sem avisar
Quem foi que se esqueceu
Das histórias de ser ou não só


Quem és se não estás 
Virei um sonhador
Contei por mais de um mês
As estrelas no céu
Quem passou

E agora quem viver
às custas deste amor
será imortal em seu farol
Talvez 
um anjo louco ferido
Mas a paixão tem seu estilo
e ninguém vive sem razão

Onde estará então entre os mortais?
Aquele olhar
Quem viu?
que esquenta o coração
É solitário amar enfim


Anjo Ferido
Hugo Simberg





ASTOR







Nenhum comentário:

Postar um comentário